Cabo virtual de áudio e midi no windows, como funciona
Tempo de leitura: 3 minutosOlá pessoal!
Tudo bem com todos?
Espero que estejam gostando de meus posts!
Nesse texto, explicarei como funcionam os softwares que simulam cabos virtuais no computador, tanto de áudio quanto de midi. Para isso, primeiro preciso falar da conexão física entre equipamentos de áudio, que é o conceito básico por trás desses softwares.
Considere um teclado sem alto-falantes, como geralmente são os modelos top de linha. Para reproduzir o som deles, é necessário conectar o instrumento a uma caixa de som, fone de ouvido, mesa de som, entre outros dispositivos de saída de áudio.
O mesmo princípio se aplica a placas de som onboard e offboard. Para reproduzir som nelas, é necessário conectar um desses dispositivos de saída de áudio.
Se imaginarmos duas placas de som operando em um mesmo computador, podemos direcionar a saída de áudio de cada uma para um dispositivo diferente. Por exemplo, os sons de notificações do Windows podem sair nos fones de ouvido na placa secundária, enquanto uma playlist de músicas de alto volume pode ser reproduzida nas caixas de som conectadas à placa primária.
Dessa forma, é possível separar os sons fisicamente, de modo que um não interfere no outro. Os sons secundários só são ouvidos pelo usuário, enquanto o primário pode ser ouvido por todos.
Mas e se quisermos fazer essa separação de áudio com uma única placa de som? Fisicamente, isso não é possível, exceto em alguns notebooks que permitem a saída de áudio de duas vias no mesmo equipamento.
Por isso, softwares foram desenvolvidos para simular cabos virtuais de áudio e midi.
Assim como a conexão física entre equipamentos, essas placas virtuais permitem a conexão de áudio entre aplicativos, usando o serviço de áudio do Windows como base. Por exemplo, um aplicativo de gravação pode capturar o som de outro que esteja sendo reproduzido em um dispositivo virtual.
É possível também enviar a saída de áudio de mais de um aplicativo, além de dispositivos de entrada, como um microfone conectado a uma placa de som física, permitindo a junção de tudo isso no mesmo lugar.
Pode-se ainda criar vários cabos ou placas virtuais para ter mais vias diferentes por onde podem sair os sons.
Existem dois programas que fazem isso: o VAC (Virtual Audio Cable) da Eugene Muzychenko, que é pago, e o VB audio Cable , que é donationware.
O VAC tem um aplicativo (Audio Repeater) que funciona como a pré-escuta do Windows com muito mais funcionalidades, como ajuste de buffer.
Para ilustrar, suponha que você tenha um servidor de streaming e queira fazer uma transmissão ao vivo. Um software pode ser utilizado para enviar a saída de áudio de um dispositivo virtual ao seu servidor, que por sua vez distribui para os ouvintes conectados nele.
Neste dispositivo virtual podem ser reproduzidos vários sons de aplicativos e entradas diferentes, como um para reproduzir as músicas, outro com o áudio de uma chamada do Skype e ainda o áudio do seu microfone.
Uma outra opção interessante é o Voicemeeter , que combina entradas e saídas de áudio físicas (as que estiverem disponíveis) e virtuais, funcionando como uma mesa de som virtual.
Para aqueles que produzem música e usam a plataforma ASIO, há ferramentas como o SAR (Synchronous Audio Router) , que permitem a criação de dispositivos virtuais de entrada para receber o sinal de aplicativos que suportam ASIO, e que podem ser capturados por outros aplicativos que não são compatíveis com ASIO.
Um exemplo disso é a capacidade de enviar, sem latência, o áudio de um projeto com vários plugins em tempo real que está sendo processado e executado em uma DAW, como o Reaper, para um aplicativo VOIP, como o Zoom ou Skype, que não possuem suporte para ASIO.
Além disso, o próprio Reaper oferece uma extensão adicional chamada ReaRout, que permite o intercâmbio de áudio entre aplicativos ASIO.
Para finalizar, vale mencionar os cabos midi virtuais, que seguem a mesma lógica dos cabos físicos.
No entanto, em vez de uma conexão física, aplicativos são utilizados para enviar e receber sinais MIDI entre eles.
Significa que é possível enviar sinais MIDI sem a necessidade de um teclado controlador, usando apenas o teclado do computador como dispositivo de entrada.
Essa solução é especialmente útil em softwares de sequenciamento MIDI que não permitem o uso do teclado do computador, como o Sonar, em que o “Piano Row” é operado pelo mouse, bem diferente do Reaper, em que um cabo virtual midi não é necessário.
Para essa categoria, também há opções gratuitas para fazer isso, como o Springbeats e o Loopmidi.
É isso galera!
Abraços em todos e beijos em todas!